segunda-feira, 23 de maio de 2011

JULHO É O MÊS DOS TRÓLEBUS ENTRE PIRAPORINHA E JABAQUARA

23/05/2011 - CBN, Adamo Bazani


Trólebus da Metra no ABC Paulista. Depois de mais de 23 anos de atraso finalmente os veículos elétricos vão circular nos 11 quilômetros entre Piraporinha (Diadema) e Jabaquara (zona Sul de São Paulo), como previa o projeto original dos anos de 1980 e como já deveria ter ocorrido em setembro do ano passado, como era a promessa do Governo do Estado de São Paulo. Presidente da EMTU disse que rede do ABC Paulista está obsoleta e do jeito que se encontra agora, se todos os trólebus fossem colocados em circulação ao mesmo tempo, a rede não agüentaria e cairia. Foto: Adamo Bazani.

EMTU garante: Piraporinha a Jabaquara terá trólebus
Presidente da EMTU, Joaquim Lopes, dz que sistema elétrico está obsoleto e se todos os trolebus fossem colocados no Corredor ABD ao mesmo tempo, a rede não agüentaria

O Corredor Metropolitano ABD que em seus 33 quilômetros de extensão liga São Mateus, na Zona Leste de São Paulo, ao bairro do Jabaquara, na zona Sul da Capital Paulista, atendendo os municípios de Santo André, Mauá (Terminal Sônia Maria), São Bernardo do Campo e Diadema, fez parte de um projeto de integração entre as principais cidades da região metropolitana que necessitam de redes de transportes rápidas e que ganham prioridade no contexto de maior relação entre estes municípios.

Na verdade, a ligação entre São Paulo e o ABC Paulista seria apenas uma das várias propostas no início dos anos de 1980.

Já naquela época, há mais de 30 anos, e na verdade, bem antes disso, não era possível mais pensar nas cidades isoladamente. As características econômicas mudavam e o deslocamento de pessoas entre cidades se tornava mais intenso.

Mas o Corredor ABD foi o único sistema metropolitano de ônibus e trólebus a sair do papel, com as obras iniciando em 1985, na gestão de Franco Montoro, e sendo entregues em 1988, na gestão de Orestes Quércia.

Mesmo assim, como parece ter virado hábito no País, estas obras não foram entregues completas.
O projeto inicial era que todo o corredor fosse eletrificado e que já existisse a ligação entre Diadema – Berrini, via Brooklin, que só foi inaugurada na metade do ano passado.

Depois de 23 anos, finalmente, pelo menos mais um trecho do Corredor será eletrificado para receber trólebus, que são veículos mais duradouros, confortáveis, em comparação aos ônibus convencionais e que não emitem poluição.

Trata-se do trecho entre Piraporinha (em Diadema) e Jabaquara (na zona Sul de São Paulo), com 11 quilômetros de extensão, que operou todo este tempo apenas com ônibus diesel.

Mesmo assim, a eletrificação sairá com mais um atraso, já que os serviços de trólebus deveriam começar em setembro de 2010.

O presidente da EMTU, Joaquim Lopes da Silva Júnior, em entrevista ao jornal Diário do Grande ABC disse que em julho começam a rodar trólebus entre Piraporinha e Jabaquara, algo previsto pelos já falecidos Franco Montoro e Orestes Quércia.

Ele justificou o atraso de setembro do ano passado para julho deste ano a problemas burocráticos que foram solucionados depois de acordos com a Eletropaulo, que não é mais detentora da rede de trólebus.

Mesmo assim, Joaquim disse que ainda nem todos os veículos a servirem o trecho serão elétricos. Haverá veículos diesel para qualquer emergência em relação a problemas na alimentação da rede.

Ao repórter André Vieira, Joaquim Lopes reconheceu que o sistema elétrico do Corredor ABD está obsoleto e precisa ser repotencializado.

“Está obsoleto. Se colocarmos todos os trólebus no corredor, cai a rede, porque não agüenta” – disse Joaquim Lopes da Silva Júnior

Em junho, o Governo do Estado de São Paulo promete repotencializar o trecho já eletrificado entre Piraporinha (em Diadema) e São Mateus (zona Leste de São Paulo)

A estimativa de custo para isso, nos 22 quilômetros do percurso, é de R$ 37,5 milhões.

O Corredor Metropolitano ABD, operado pela Metra, é considerado ideal para o funcionamento de trólebus.

Isso porque ele se trata de uma via segregada, de concreto que é um tipo de piso mais adaptado para veículos pesados como ônibus e trólebus, por onde só circulam veículos de transporte coletivo, com o viário em condições melhores, o que reduz a tão reclamada por parte dos passageiros queda das alavancas que ligam os trólebus a rede aérea e desgasta menos o veículo, por não haver buracos, valetas e desníveis, aumentando a durabilidade dos ônibus e dos trólebus, que por eles mesmo têm a vida útil pelo menos 3 vezes maior que os ônibus convencionais.

Nesta segunda-feira, inclusive, sobre transportes limpos, dentro da série Respirar, do SPTV, da TV Globo, o jornalístico mostrou como os trólebus são eficientes quando circulam em vias próprias e segregadas, a exemplo do que ocorre no Corredor ABD.

http://g1.globo.com/sao-paulo/respirar/noticia/2011/05/combustiveis-alternativos-podem-ajudar-melhorar-qualidade-do-ar.html

Ainda sobre o Corredor ABD, já está em estudo a transformação dos atuais 110 pontos de ônibus e trólebus em estações, como as de Curitiba, com a possibilidade de pagamento de passagem antes do embarque nos veículos, o que aumenta a velocidade operacional, diminuindo o tempo de parada, e a segurança para os passageiros.

Ainda não há um prazo definido para a instalação das estações por conta da diferença de tamanho entre os pontos e calçadas, que não são padronizados. Haverá a necessidade de estações com dimensões diferentes, pois além destes fatores, a demanda de passageiros varia a cada ponto.

Somente no segundo semestre deste ano é que deve ser concluída a análise de instalação deste tipo de parada.

A Eletra, empresa do Grupo da Metra, operadora do Corredor ABD, já tem estudos em fase final de trólebus com baterias que permitem que ele circule por alguns quilômetros caso a rede de energia aérea possa apresentar falhas e já conseguiu transformar um ônibus diesel em trólebus mais moderno e até com melhor desempenho e mais forte.

O presidente da EMTU, Joaquim Lopes da Silva Júnior, confirmou informação já divulgada pelo Blog Ponto de ônibus, de Adamo Bazani, de que os trólebus e ônibus da Metra devem aceitar ainda este ano, entre agosto e setembro, o Cartão BOM, que é usado nos ônibus intermunicipais das 39 cidades da Região Metropolitana de São Paulo.

Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes

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