sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Eletropaulo transfere manutenção da rede de trólebus para SPTrans

05/12/2010  - G1 SP - Roney Domingos

Após 25 anos de convênio, município passará a cuidar da rede.
Prefeitura e dona dos ônibus afirmam que haverá modernização.

Trolebus Paes de Barros
Trolebus circula no corredor da Avenida Paes de
Barros, na Zona Leste (Foto: Roney Domigos/ G1)

A concessionária de energia AES Eletropaulo vai repassar à São Paulo Transporte (SPTrans) a manutenção dos 137 km da rede de cabos aéreos e das subestações de trólebus da cidade de São Paulo. Segundo a Eletropaulo, a mudança ocorrerá no próximo dia 18 de dezembro, dois dias após o vencimento do convênio de 25 anos entre a Prefeitura de São Paulo e a distribuidora de energia elétrica. A SPTrans informou que as negociações devem estar concluídas até o final do ano. O período de transição dos serviços vai se estender até dezembro de 2011.

Quando o convênio entre a Prefeitura de São Paulo e a Eletropaulo foi feito, em 1985, os trólebus eram operados pela Companhia Municipal de Transportes Coletivos (CMTC) e a Eletropaulo era uma estatal. Após a concessão dos serviços de transportes e de energia elétrica, a discussão dos preços e responsabilidades sobre a manutenção da rede colocou as empresas em polos distintos.

A partir da transferência, a SPTrans ficará responsável pela manutenção e continuará a pagar à Eletropaulo pela energia consumida pelos trólebus. Segundo a SPTrans, em São Paulo circulam 200 trólebus em 12 linhas, a maior parte delas na região Leste da cidade, e nas regiões Sudeste e Oeste. Apesar do fim do convênio, a SPTrans e a empresa concessionária do sistema de trólebus afirmam que estão previsto investimentos de R$ 25 milhões na melhoria e modernização da via aérea, além de R$ 91 milhões para compra de 140 veículos novos.

Raio X 
Extensão da rede 137 km
Frota atual de ônibus 200
Linhas atendidas 12
Idade média da frota 25 anos
Investimento previsto na rede
R$ 25 milhões
Investimento previsto em trólebus R$ 91 milhões
Inicio da operação 1949


Em novembro, os passageiros de trólebus enfrentaram problemas por causa de uma pane no sistema de transmissão elétrica. Em junho, uma queda de energia em circuitos da Avenida Celso Garcia e da Rua Carneiro Leão causou uma paralisação no transporte por pouco mais de uma hora no Centro de São Paulo. Em 22 de novembro, faltou energia durante quase toda a manhã na Praça da República e no Páteo do Colégio.

A AES Eletropaulo esclareceu que interrupções na rede de trólebus não são causadas exclusivamente por falta de energia. Entre os motivos que podem interromper o sistema de transporte estão falha nos fios dos ônibus (que não são responsabilidade da AES Eletropaulo), pavimentação irregular das vias e direção fora dos parâmetros estabelecidos pela rota, o que ocasiona o rompimento dos cabos na parte traseira dos veículos.

"Não tem manutenção. A Eletropaulo quer jogar a responsabilidade para a SPTrans e a SPTrans joga para a Eletropaulo", diz o vereador Abou Anni (PV), que defende a ampliação da rede. "Quem perde com isso somos todos nós por causa dos congestionamentos e dos transtornos para os passageiros", afirma.

Tombamento
O vereador Abou Anni afirma que pediu ao Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo, da Secretaria Municipal de Cultura, o tombamento histórico da rede de trólebus. 

"Oficiamos o Conpresp pedindo o tombamento dos trólebus e reiteramos por várias vezes. Fui obrigado a fazer um ofício para o Secretário da Cultura", afirmou. De acordo com ele, caso o sistema seja tombado terá de ser mantido pelo poder público.

Nenhum comentário:

Postar um comentário